24/07/2015

Poeiras do Cefet-PR Parte I

Sobre eu ter morrido

Cefet-PR, outubro de 2003

Oi (Sou a Katia) 

Hoje fui na cantina da facul comprar um chocolate por que eu estava com fome. Comprei, paguei e quando esttava saindo da cantina senti uma dor de cabeça insuportável, de repente uma escuridão tomou conta da minha visão, mas foi tudo muito rápido. 
Eu continuei andando até que resolvi olhar pra trás, tinha um tumulto, em volta de algo que eu não conseguia ver o que era. Cheguei mais perto e vi as pessoas desesperadas, gritando e mandando todos se afastarem. Só então pude me aproximar pra ver o que estava acontecendo. Levei um susto quando vi meu corpo estendido no chão, eu tinha acabado de morrer por conta de um aneurisma cerebral. Aquele chocolate sem nem ao menos ter sido aberto, aquelas pessoas desesperadas, uma risca de baba saindo da minha boca, era uma gosma amarela, eu não tinha pra onde ir, não havia ninguém me esperando, nada havia mudado, mas as pessoas não me viam, não ali em pé, elas viam meu corpo e tentavam me reanimar, mas sem sucesso, eu não sentia vontade de voltar para aquele corpo. 
Foi realmente uma coisa muito estranha, eu não ia voltar pra casa, eu não precisaria pegar minhas coisas na sala. Resolvi sair então, sem rumo, pois agora eu era um espírito e não mais um corpo com uma mente burra que conseguiu reprovar em eletrônica, andei e até que enfim um senhor veio em minha direção, ele era o único naquela rua movimentada que vinha de encontro comigo e olhava nos meus olhos, então eu disse pra mim mesma: esse é "o cara". O senhor então perguntou o que eu gostaria fazer antes de passar para outro plano. 
Claro que eu pensei naquele bar que eu sempre tive vontade de beber até cair, porém a minha entrada não era permitida pelo fato de eu ter sido uma mulher nesta última vida. Então o senhor me levou até o Bar do Bola e mandou o gaçom trazer a SERRA MALTE mais gelada daquele recinto. Eu tomei tanto, mas tanto, tanto mesmo, que até caí de tão bêbada, acordando só no dia seguinte debaixo de uma marquise na rua 17 de Maio ao lado de um mendigo que fedia mais que cachorro molhado. Só então descobri que não tinha morrido porra nenhuma e que a sensação do aneurisma cerebral, foi provocada pela garrafa de Tubão que eu tinha tomado, dor de cabeção féla da puta. Mendigo féla da puta (ao menos não se aproveitou de mim) mas roubou minhas coisas da faculdade, livros caros de eletrônica, meu Alicate Amperímetro que paguei os olhos da cara, minha HP 48GX ++. Não sei o que foi pior, pensar que tinha morrido, ou acordar do lado de um cachorro molhado. 


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