29/06/2015

Leminskiando minha vida...


Sou sulmatogrossense de nascença e depois por conta das circunstâncias virei curitibana. Não gostei nenhum pouco disso. Se era pra morar em Curitiba, que fosse na mesma época que o Leminski, Mas para isso eu teria que nascer no lugar do meu pai e quem sabe seríamos, Paulo e eu, grandes amigos....ou quem sabe nascer no lugar do meu avô e ser a Polaquinha do Dalton Trevisan, uiii, melhor não!
Talvez eu nem teria fugido daquela cidade tão linda onde fiz tantos amigos mas nunca fui muito feliz.
Mas eu não quero falar de Curitiba e nem dos anos que lá vivi. Quero Leminskiar!

Uma vez namorei um carioca que me deu de presente um livro do Leminski. Achei estranho um carioca me dar de presente um livro de um curitibano, até então eu achava que para os cariocas só existiram os autores cariocas...rs Estranho mesmo era eu namorar um carioca em uma época que minha maior diversão era pegar um ônibus pelo menos um fim de semana por mês na rodoviária de Curitiba sentido São Paulo só para beber "Minalba" com o amigos.... sempre amei São Paulo... mais que Curitiba, mais que o Rio, hoje menos que Pernambuco!

Ah! O livro... sim Distraídos Venceremos! 

Ninguém entra em nossa vida por acaso, tudo acontece por um motivo... esse moço carioca e recém formado em jornalismo, entrou na minha vida para me apresentar o Leminski além da Pedreira. Só para isso mesmo...porque um dia eu acordei bemol, tudo estava sustenido, sol fazia, só não fazia sentido. Nem namorar o carioca e nem ficar ali discutindo, já conhecia o caminho das livrarias então eu disse..."vou ali, comprar mais um Leminski"
Larguei o moço, era o destino... e eu não discuto com o destino.

Depois disso passei a frequentar ainda mais a grande metrópole, seus bares, seus lares e seus arredores. Mas quando eu quis sumir de Curitiba, não foi São Paulo que eu escolhi para passar um tempo... eu quis a Grade Floresta, comprei uma mochila quase do meu tamanho, enchi de coisas inúteis, roupas de verão e Leminskis e fui dizendo para as minhas mágoas e medos que a partir daquele momento estava extinto por lei o remorso, maldito seja quem olhar para trás, lá pra trás não há nada, e nada mais.

Chegando na Grande Floresta, eu pensei que tinha passado das fronteiras do meu país, um pouco pela cultura tão diferente e outro pouco pela distância percorrida, só de barco foram 5 dias, as vezes o rio ficava tão grande que quando o barco parava em alguma vila, não se via o outro lado e eu pensava: se nem for terra se trans for mar. Meu sonho de conhecer a Amazônia começava a se realizar ali, às margens do Rio Madeira, depois o Amazonas e por fim o grande encontro das águas que não se misturam. E lá estava eu em Manaus tomando tacacá e tucupi e comendo farinha com açaí, ouvindo Berg Guerra, Pepe Moreno, frequentando os risca facas aqui e ali e depois de um tempo nessa vida louca eu pensei: Morri! Mas morrer faz bem à vista e ao baço, melhora o ritmo do pulso e clareia a alma. Morrer de vez em quando é a única coisa que me acalma.

Nem dois anos depois eu já tinha viajando de teco-teco sobre o grande tapete verde, já tinha conhecido as principais calhas de rios e já tinha até vivido um "um grande amor" que acabou tão rápido quanto começou, pois essa minha secura essa falta de sentimento, não tem ninguém que segure, vem de dentro. Vem da zona escura donde vem o que sinto. Sinto muito, sentir é muito lento. E eu não posso parar agora, pois é chegada a hora... a hora da partida.
...
vou largar minha vida louca 
e terminar minha livre docência 
vou fazer o que meu pai quer
começar a vida com passo perfeito.
Vou fazer  que minha mãe deseja
aproveitar as oportunidades
de virar um pilar da sociedade
e terminar o meu curso de direito 
então ver tudo em sã consciência
quando acabar esta adolescência

SQN

Ahh, mas eu não quis voltar para Curitiba, só o bom filho à casa torna. Podem ficar com a realidade, esse baixo astral em que tudo entra pelo cano. Eu quero viver de verdade, eu fico com o cinema americano!
São Paulo, eu estou chegando e vai ser pra ficar..Agora sim eu vou morrer de verdade... Mas que seja na Augusta tomando geladas nas noites quentes, ou comendo tempurá na Liberdade, quem sabe eu fique tão solitária no Itália e me jogue sobre as luzes da cidade.
A verdade é que sou jovem demais para morrer e já me matei faz muito tempo. Me matei quando o tempo era escasso e o que havia entre o tempo e o espaço era o de sempre, nunca mesmo o sempre passo. 
Vem cá São Paulo, me dê um abraço!

E lá de foram quase 4 anos de vida e morte, trabalho e diversão, amigos, amores e claro, um pouco de desilusão. É chegada a hora de ir embora, opa! Espera.. ainda não! Antes eu vou ali no nordeste fazer um mochilão. E então me apaixonar de verdade, por outra cultura, outra cidade.... conhecer outros ritmos e fazer novas amizades.
Ah! Pernambuco, me aguarde, logo irei voltar  e não pra tirar férias, venho para morar. Conhecer o teu frevo, teu maracatú teu Recife, teu côco e teu bongar e vou ficar aqui, pertinho do teu mar.

Voltei para São Paulo peguei a mala coloquei um amor dentro e trouxe comigo  para juntos desfrutarmos desse paraíso. Por acaso? Não!  O destino quis que a gente se achasse, na mesma estrofe e na mesma classe, no mesmo verso e na mesma frase.
E cá estamos nós quatro, eu, você, você e eu.... ah! e os gatos.

Eu digo e repito:

não discuto
com o destino

o que pintar
eu assino.


Poderia escrever muito mais sobre mim, usando suas palavras... vamos ver o que o destino me reserva... quem sabe quando o amor se transformar em raiva ou em rima...








25/06/2015

Os Olhos de Bastet podem ver através da escuridão. Nada passa desapercebido


Os Gatos no antigo Egito eram muito reverenciados, em parte devido a sua capacidade de combater os parasitas, como ratos, ratazanas - que ameaçavam o abastecimento de alimentos-chave - e cobras.

Gatos da realeza foram, em alguns casos, conhecidos por ser vestidos com jóias  de ouro e foram autorizados a comer dos pratos de seus donos.






Eu rodopio e giro
eu me escondo e procuro.

Brinco e caminho 
divertindo-me e gracejando.

Minhas oportunidades de me divertir
são infinitas e o prazer
que isso me dá 
me faz ronronar.

Os desafios da vida NUNCA me detém 
pois eu sei como me tornar inteira
BRINCANDO!